Por Adelson Vidal Alves
Tenho convivido, nas últimas
semanas, com notícias constantes de assassinatos de jovens, parte deles alunos
e ex-alunos. O motivo é sempre o mesmo: o tráfico de drogas.
Para tentar combater esta
realidade, usa-se sempre a mesma estratégia, a da guerra constante contra as
drogas. Há quem aposte em trabalhos de conscientização contra o uso de
entorpecentes, mas os resultados quase sempre são insuficientes. Isto porque,
no Brasil, prevalece-se a ideia de criminalização do uso de drogas, com o uso
da violência policial contra os usuários, assim como o encarceramento dos
envolvidos. Há de se atentar que em nosso país não há leis que estabeleçam quantidades
exatas que diferenciem usuários de traficantes, cabendo a autoridades policiais
e judiciárias a definição do que é o tráfico. Na prática, prevalece o critério
social e racial. Negros e pobres quase sempre acabam na cadeia.
Os assassinatos bárbaros contra
jovens, seja pela polícia ou pelo tráfico, não vem do uso das drogas, mas da disputa
de poder e território que se estabelece entre facções criminosas. Sendo assim,
a manutenção do crime do uso das drogas acaba por manter sistemas ilegais de
distribuição, e assim, a sustentação da indústria de morte e prisões, feitas
pela rejeição de se legalizar o consumo com responsabilização e regulação por
parte do Estado.
Seria muito mais inteligente e eficaz
legalizarmos o uso das drogas leves, de inicio, e progressivamente as outras
drogas. Ao descriminalizar o uso, entregando ao Estado o dever de regulação,
não só o tráfico sofreria um grande impacto econômico, como os assassinatos
ocorridos por conta de disputa criminosa também diminuiriam. A droga ficaria
mais barata, e até o roubo para o consumo sofreria redução. De quebra, o
encarceramento de pessoas cairia, aliviar-se-ia o sistema prisional e toda a
sociedade sairia ganhando.
Os que são contra a legalização
dizem que o uso aumentaria, afetando assim a saúde pública. No entanto, estudo realizado pelo Conselho Nacional
de Drogas (JND), ligado à presidência da república uruguaia, revela que naquele
país, onde o consumo de maconha é permitido, o uso da droga entre a população
aumentou 1% em 2 anos, de 8,3% para 9,3%,
o menor aumento contabilizado em 14 anos. Além do mais, o índice de
morte por tráfico de drogas chegou a índices próximos a zero.
A
lógica simples. É muito mais eficaz deslocar a fortuna que se aplica em
segurança pública e manutenção de cadeias para a área de educação e saúde pública.
Garantindo aos usuários a capacidade de consumirem consciente, e de se tratarem
caso se tornem viciados.
A
experiência mostra que a guerra contra as drogas já fracassou. Mas o moralismo
e a desinformação mantém o Brasil atrasado em relação a este debate. Enquanto
isso nossos jovens seguem morrendo e sendo presos, vítimas de nossa hipocrisia.
Amigo, discorso! As drogas são devastadoras no cérebro humano!
ResponderExcluirSei que há um enorme jogo de interesses na comercialização.
Mas quem sabe onde fica a linha que separa o continuar do parar, relacionado às drogas?
Ainda acredito que criaremos uma geração de " zumbis" e digo,baseando-me em estudos da psiquiatra.
* discordo
Excluir* discordo
ExcluirNão existe uso de drogas consciente, e efeito da dependência da droga ao ser humano e devastador, temos exemplos claro em São Paulo e no Rio de Janeiro das Cracolândias e como as pessoas vivem como animais, postar foto de jovens universitários bonitos com cartazes em defesa das drogas é lindo, coloca os viciados que vivem de pequenos furtos na foto....
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