
Contudo, a forma como todo o
processo do julgamento chega aos ouvidos do povo, tem visível caráter político.
Não é de hoje que a grande mídia brasileira tem lado, partidário e de classe.
As poucas famílias que dirigem o oligopólio da formação da opinião pública,
nunca esconderam suas preferências eleitorais demo-tucanas. No período em que
FHC governou o país, serviu muito melhor como advogada do ex-presidente, do que
como órgão informativo. Com Lula e o PT, que por suas origens nunca caíram nas
graças dessa imprensa, o patrulhamento é rigoroso, e as manipulações perversas.
Se é verdade que o PT abraçou o
vale-tudo governamental degenerando-se eticamente, é também verdadeiro que PSDB
e DEM tem contra eles indícios de corrupção ainda mais graves que ao Partido
dos Trabalhadores, que vão da lista de Furnas até as privatizações criminosas.
A mídia, porém, se silencia, e pior, usou recentemente de seus principais
editoriais para desqualificar o convite feito pela Câmara dos Deputados a FHC
para que se explique sobre a conhecida lista
de Furnas.
Como nessa história não há
mocinhos e bandidos, o PT também aciona seus órgãos de mídia para defenderem o
governo. Blogs, Jornais e revistas, também usam seu editorial para blindarem a
administração petista. Inventaram uma fábula ridícula de que tudo não passava de
criação da mídia golpista, interessada em derrubar o governo. Exageram ao
tentar demonizar o adversário como forma de acuá-lo. No poder parece ser difícil
fazer autocrítica, e chegar à óbvia conclusão de que alguma coisa tá errada nos
bastidores do governo, e do partido que o dirige. Simplesmente estão contentes
com o lugar que ocupam. A utopia originária morreu.
A grande e triste verdade é que
apesar das inclinações parciais e militantes da mídia, a polarização central do
poder político se dá por quem não tem nenhum respeito pela República, e muito
menos interesse em mudar as coisas. É a hegemonia da pequena política imperando
no Brasil. Os sinais de mudanças, no entanto, são cada vez mais raros.
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