Por Adelson Vidal Alves

Os partidos políticos, outrora
vanguardas, estão ausentes ou subordinados ás manifestações, que se por um lado
mostra força, por outro peca pela falta de direção. A indignação que levou
tanta gente a rua mira os governos, o sistema, e as empresas de transporte. Podem
até conseguir vitórias parciais, mas se mostram incapazes de avançar para
projetos alternativos de sociedade.
A principal razão para as
limitações dos protestos, está exatamente na ausência de instrumentos
universalidores e que possam dar consciência ao movimento, de modo que este avance
para projetos mais abrangentes. Não consigo visualizar outra ferramenta
coletiva senão os partidos políticos, mas o que fazer quando a degeneração
atinge o coração da maioria destes, e tira deles qualquer confiança junto as
massas?
Pergunta difícil, mas que
devemos apressar a responder. As massas estão se lançando as ruas, e o formato
de suas lutas ainda não está definitivamente decifrado. O próprio excesso de
violência, empregado por parte dos manifestantes, é fruto da ausência de uma
organização diretiva, e serve como munição a direita e sua mídia, que tentam
frear a fúria social jogando a opinião pública contra o movimento.
Os 20 centavos que recolocaram
a juventude nas ruas, pode até ser reposto no preço das passagens, a fim de
acalmar a inesperada reação popular. Contudo, o sistema e suas atrocidade
permanecerão intactos, fazendo concessões para manter as estruturas. Qual
caminho a esquerda contemporânea deve seguir para fazer da crise capitalista um
elemento para a emergência de um mundo novo? Tal pergunta este artigo ainda não
consegue responder. Vamos debater?
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